Relator quer incentivo a agricultor que reduz emissão de carbono

01/11/2011 20:14
Leonardo Prado
Marcio Macedo
Márcio Macêdo: é preciso gerar benefícios para quem preserva o meio ambiente.

O relator da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, deputado Márcio Macêdo (PT-SE), pretende discutir a regulamentação do comércio de carbono e serviços ambientais em seu relatório final. Durante audiência pública do colegiado nesta terça-feira (1º), que abordou a agricultura de baixo carbono, os especialistas destacaram a importância dessa legislação para o sucesso da Política Nacional de Mudanças Climáticas no Brasil.

Macêdo ressaltou que o governo tem políticas de incentivo para diversas atividades, do agronegócio à agricultura familiar, mas não incentiva quem mantém áreas de floresta nativa. "Trata-se de uma realidade que se impõe. Acho que essa matéria transcende a discussão de ordem ambiental, atinge também a ordem econômica. É preciso gerar benefícios para quem preserva", afirmou.

O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Assad, disse que o tema já está sendo analisado por sua pasta e pelos ministérios da Fazenda, da Agricultura e de Ciência e Tecnologia, mas depende do texto definitivo do novo Código Florestal, em discussão no Senado. Ele explicou que também é necessário definir critérios de como será medido e quanto valerá o carbono em cada bioma.

Efeito estufa
O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) foi criado em junho de 2010 pelo Ministério da Agricultura com a meta de aliar produção de alimentos e bioenergia com redução dos gases de efeito estufa, formando uma reserva que gere recursos para os produtores agrícolas. Por essa razão, destacaram os debatedores, é importante regulamentar o comércio de carbono, elemento presente nos poluentes.

O diretor do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do Ministério da Agricultura, Carlos Magno Brandão, lembrou que, além das metas ambientais, o programa ABC também busca melhorar a produtividade e a qualidade da agricultura, com aumento de renda. "A iniciativa nasceu com o objetivo de cumprir o compromisso brasileiro de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. As ações contribuirão ainda para que os agricultores possam produzir com qualidade e sustentabilidade", destacou.

Brandão informou que a pasta da Agricultura tem trabalhado com os governos estaduais para disseminar o programa, que tem linhas de financiamento com juros a 5,5% ao ano para agricultores e cooperativas do campo.

Técnicas utilizadas
De acordo com os convidados do encontro, o ABC marca a união dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, que sempre estiveram em lados opostos. Os cientistas e técnicos envolvidos no projeto trabalharam com organizações ambientais na construção de um modelo que se baseia no plantio direto, na integração entre lavoura e pecuária, na recuperação de pastagens e na rotação nas culturas.

O plantio direto evita a liberação de gases de efeito estufa no trato do solo. A palha e os restos orgânicos são mantidos como proteção da terra. Assim, é possível manter a umidade, acumular carbono e aumentar a produtividade, entre outros benefícios. Por sua vez, a recuperação de áreas degradadas impede novas derrubadas de florestas.

Na integração agricultura-pecuária, plantam-se árvores produtivas, que refrescam o clima e aumentam a umidade. Entre as culturas que vêm sendo desenvolvidas nesse método estão o arroz, a soja, o milho e o sorgo (grão usado na produção de farinha para panificação, amido industrial e álcool, e como forragem ou cobertura do solo).

Reportagem – Vania Alves/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira - Foto: Leonardo Prado

Agência Câmara de Notícias
 
 


 

Notícias

Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito

COISAS SEPARADAS Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito Rafa Santos 20 de junho de 2025, 7h26 Na mesma decisão, o juiz também negou pedido de suspensão do processo e homologou a arrematação do imóvel e a expedição de carta de arrematação e mandado de imissão na...

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...

Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza

FORA DA REGRA Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza Martina Colafemina 12 de junho de 2025, 8h16 Em sua análise, a juíza deu exemplos de artigos que dizem que é nulo qualquer contrato celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz. Entretanto, ela analisou que a validade...